Não vamos dar manchete para o caos



POR LAUDIR DUTRA - A nossa economia está ficando bem difícil de ser ingerida, mais em função dos preços elevados, que via de regra, acaba colocando em risco o orçamento das famílias, comprometendo a continuidade de muitos projetos de vida, adiando sonhos e tornando difícil a convivência entre as pessoas.
Muitas vezes me dou conta de que a inserção em muitas coisas passa pelo poder aquisitivo e que infelizmente isso é privilégio de poucos.
Cada vez mais o cerco está se fechando, os grupos se fortalecendo e quem não faz parte do sistema ou da engrenagem, é peça fora, obsoleta. Pena não termos mais tempo para recomeçar de onde tomamos o caminho errado.
Só um enunciado para dizer que o vilão não é o tomate e sim quem eleva os preços e taxa os produtos mais essenciais para as pessoas.

Quem de nós iria imaginar que o quilo do feijão preto custaria um dia o que custa hoje. Varia entre R$ 4,50 e R$ 5,00. O café que a gente toma todos os dias custa em média R$ 6,00, R$ 7,00 o meio quilo. Os supermercados anunciam os preços de 500 gramas da bebida típica brasileira, mais para não assustar o consumidor do que qualquer outra coisa, pois o quilo beira os R$ 15,00.
Então vamos aplaudir esse disparate, fomentar a agricultura familiar, dar incentivos para que os mesmos fiquem no campo e que cobrem aquilo que bem entendem, sem se importar se o consumidor terá dinheiro ou não para pagar, atribuindo a sua voracidade ao fato de que a qualquer preço, eles comprarão.
Os vilões repito, não são o tomate, o café, o feijão ou o óleo de cozinha e sim aqueles que de maquininha na mão, aumentam os preços a seu bel prazer, atribuindo atitudes ao tempo, ao dólar, à crise na Argentina, à crise mundial.
Outro dia anunciaram na cidade uma mega liquidação, com até 70% off, ou seja, custo de apenas 30% do valor. Mas como diria um amigo meu, pura pegadinha. A peça mais barata variava entre R$ 94,00 e R$ 100, dependendo da etiqueta, o desconto era de apenas de 30%. O fim da picada e uma clara evidência de que vivemos na era do abuso dos preços, cada um cobra o que quer e depois debita as desculpas na conta dos aluguéis caros, pagamento de funcionários e nas altas taxas de juros.
O tomate é a bola da vez na lista de vilões, só porque esta na moda atribuir todas as nossas frustrações e percalços em cima do vermelhinho. Como ele virou astro e está seguidamente nas redes sociais servindo de inspirações a internautas ‘inteligentes’, ficou fácil desviar o foco dos espertalhões que aumentam esses preços.
Mas como falei lá em cima, não vamos esquecer do preço do feijão, do café, do óleo de cozinha, esses também merecem a nossa atenção.
E não vamos esquecer também do que acontece realmente por aí, onde preços são debatidos entre aqueles que não sofrem com alta dos mesmos, que possuem dinheiro para pagar qualquer valor.
Vamos refletir um pouco gente!
Semana passada uma rede de supermercados vendeu o quilo do tomate a pouco mais de R$ 2,50. Detalhe, o produto estava resfriado, ou seja, esteve guardado há pelo menos, dois, três meses. Serviu de garoto propaganda para alavancar as vendas de outros produtos. Mesmo que esse valor ainda seja alto, se considerarmos que em 2012 esse mesmo estabelecimento chegou a vender o tomate a R$ 1,20 e que o quilo normal está custando até R$ 6,00. Muita calma e olho vivo, é o mínimo que se pede, afinal, tem gente se beneficiando com tudo isso com certeza.
O melhor a fazer mesmo é não comprar, boicotar literalmente os produtos superfaturados, afinal, não se tem notícia de que a falta de tomate tenha prejudicado a vida de alguém.

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