Aline Casagrande: “Para mim, ser princesa tem o mesmo ou mais significado do que ser rainha…”


"Além da realização de um sonho, a oportunidade de representar a cidade..."
Por Laudir Dutra
Há pouco mais de um mês e meio acabou a Festa da Uva 2012, agora se pode com calma avaliar tudo aquilo que aconteceu. Algumas pessoas podem fazer considerações sobre o evento e tudo o que o cercou. De fato, foi marcante a presença do trio de soberanas, os rostos mais destacados e mostrados de todos os tempos.
Pode até parecer exagero falar sobre a quem foi atribuída a maior responsabilidade sobre o sucesso ou o fracasso do evento que atraiu mais de 800 mil pessoas diretamente, sem contar com os outros milhares que receberam convites para se fazer presente, que conheceram um pouco a Caxias que é de todas as etnias.
Em todos os lugares a Festa da Uva esteve, seminários, eventos de turismo, workshops, feira de modas, de gastronomia, dentro e fora do Brasil. Pelo Rio Grande afora nem se fala. E em todos eles, a presença marcante da Rainha e Princesas, Roberta Veber Toscan, Aline Casagrande e Kelin Zanette.
Então não é exagero dizer que o sucesso da Festa deve-se basicamente ao desempenho dessas meninas, que deram a cara para bater, ouviram elogios, muito mais do que críticas. Sofreram com o resultado que elevou-as à condição de Trio de Soberanas da Festa da Uva 2012.
Hoje o Ponto Inicial resgata e faz justiça a duas personalidades que são a cara da Festa da Uva, pela simplicidade, pelo encanto despertado principalmente pelas crianças que tiveram a oportunidade de tocar, de estar perto e de ouvir palavras de carinho. Como disse Aline, “Ser princesa da Festa da Uva teve mais significado para mim do que ser rainha, afinal, o papel de má das histórias dos contos de fadas sempre fica por conta das rainhas”.
ALINE CASAGRANDE valoriza bastante esta participação e se emociona sempre que relembra todas as passagens que teve a oportunidade de compartilhar com as outras amigas, Roberta e Kelin.
"Devemos ajudar a divulgar a cidade e não atrapalhar..."
“Além da realização de um sonho, foi a oportunidade de representar a cidade, pois amamos esta terra mais do que qualquer outra e representar todas as pessoas, daqui e também mostrar àquelas que vêm de outras localidades é um preço difícil de mensurar.
Na verdade representamos não só as meninas que um dia sonharam em participar da Festa, da escolha da Rainha e Princesas, mas também todo um povo. Este link está literalmente casado, Festa da Uva e Caxias.
Me sinto orgulhosa de representar e participar de uma série de coisas, de obter conhecimentos variados. Só pelo aprendizado que a gente adquiriu, já valeu a pena participar. Para o amadurecimento pessoal, profissional e de vida é algo que está além da nossa compreensão. Uma experiência simplesmente maravilhosa.
Jamais imaginei que um dia na minha vida eu conheceria a presidente Dilma Rousseff, a primeira mulher a assumir este cargo na história do Brasil”.

A responsabilidade além do glamour da festa

“O que os organizadores querem na verdade é que a gente divulgue a cidade e não que atrapalhe, colocando as conquistas pessoais antes de qualquer coisa.
É bom as pessoas verem a gente como um símbolo, mas representamos um papel fundamental para o sucesso do evento. Tenho a certeza de que conseguimos o nosso intento, de sermos pessoas bacanas e normais, sem o glamour que talvez muitos pensam a respeito do papel da rainha e das princesas. Desempenhamos bem a nossa tarefa, pois estávamos ali realmente para trabalhar, ao mesmo tempo em que recebemos o reconhecimento e canalizamos mais conhecimento e amizades que vamos levar para o resto das nossas vidas”.

Ser Rainha ou Princesa, o significado é o mesmo?


“Quando participei do evento tinha o desejo de ser rainha, mas quando nosso nome é anunciado como princesa, o significado é até maior, talvez mais do que receber a faixa de rainha. Sinceramente não me senti diminuída em nenhum momento, pude ter o meu reconhecimento, em todos os eventos e momentos, sempre era o trio e nunca a rainha. O mesmo orgulho e a mesma sensação sentimos. O trabalho era o grupo. A rainha Roberta jamais quis trabalhar sozinha, sempre fez questão de chamar a gente para que juntas trabalhássemos. Não houve mais ou menos e isso está resolvido. A coroa de princesa na minha cabeça tem o mesmo valor”.

Um dia veio a ideia e o desejo de participara diretamente da Festa da Uva

“Na minha cabeça sempre foi só uma ideia. Em 2010 me preparei para fazer um intercâmbio onde fiquei dois anos em São Francisco da Califórnia (EUA). A minha volta culminou com o período de inscrição, então entendi que era o meu momento. Pensei no trabalho, na faculdade e que as coisas me favoreciam para que eu pudesse participar sem prejuízo para a minha rotina.
Mesmo fora do Brasil, sempre alimentei este sonho, antes de viajar, já havia procurado uma entidade que pudesse me apoiar e abraçar a ideia, então busquei informações de como proceder. Procurei a entidade, que prontamente me abriu as portas e acenou positivamente com a ideia de apoiar.
Mas não pensa que foi fácil, recebi muitos ‘nãos’, participei da seleção da PHD Guindaste, após passar por algumas etapas dentro do processo, então, para a minha alegria, fui a escolhida. Faltando dois dias para acabar o prazo das inscrições, concretizei o sonho e me credenciei. Acredito que isso veio fruto do resultado do meu esforço e obstinação, pois jamais desisti.
Participar da Festa da Uva foi algo bem programado mesmo. Aliás, tanto eu quanto as outras meninas bateram na porta de pelo menos uns vinte patrocinadores antes de poder de fato dizer que estava enfim, no contexto da festa”.

Depois veio a preparação…

“Desde o início entrei com os pés no chão, sempre trabalhei com a hipótese de um resultado negativo. Mas acho que eu determinei o resultado, busquei forças internas no sentido de participar bem e que independente das outras meninas, eu deveria confiar no meu potencial. Até momentos antes do resultado, mantive a esperança e a confiança”

A exposição de certa forma era previsível

“Eu sabia que deveria estar preparada, mas eu não tinha a noção de estaria assim tão exposta. Mas mesmo não sendo a Rainha, isso aconteceria de qualquer forma, mas de forma positiva. Na minha cabeça isso funcionou como um combustível.
De certa forma não tive maldade alguma em achar que os aspectos negativos poderiam ser mais valorizados pela mídia e pelas pessoas.
Acreditava que eu teria que passar um bom exemplo às pessoas, mas isso na verdade aconteceu na minha cabeça depois, tão logo iniciaram toda a caminhada em direção ao evento que viria a seguir”.

Ver as coisas de maneira diferente!

“Realmente participar da Festa da Uva mudou bastante meus pensamentos, aquilo que eu havia idealizado antes da participação acaba de certa forma fazendo com que eu tenha amadurecido prematuramente. Cresci como pessoa, hoje sou menos egoísta, aprendi a definir prioridades, entendi que não estive sozinha em todo o processo e que o resultado positivo só viria depois de um grande entendimento de que éramos uma equipe.
De certa forma isso me fez reavaliar minhas atitudes, meus pensamentos. Sou mais tolerável com tudo, valorizo bastante aquilo que merece ser valorizado, entendo que as pequenas coisas não devem interferir na nossa forma de viver em detrimento de algo maior”.

Extra: organizadores permitem a ‘reeleição’ das soberanas’

“Se houvesse a possibilidade de participar novamente, assim eu faria. Todas as criticas que houve serviram para rever alguns conceitos. Não foram poucos que vieram até nós falar da grandeza da festa, da cidade e de todo o envolvimento que elas contemplam. Foi uma rotina diferente e já sinto saudades. Mas tenho a sensação do dever cumprido.
Na cabeça do trio a vontade de que essa festa deveria ficar na história, com avanços significativos, que tivesse uma evolução. Acredito que a nossa sintonia nos possibilitou isso.
Devo confessar que não éramos as melhores amigas no início, mas parece que f oi a mão de Deus que nos uniu. E que bom ser reconhecida pelo teu trabalho e não apenas pela beleza”.

O que ficou marcado para sempre

“Sem dúvida alguma, a hora que chamaram o meu nome, foi o momento crucial. O fotógrafo teve a felicidade de estar ali naquele momento e registrar toda a minha emoção.
O carinho das pessoas, coisas que jamais me passava pela cabeça que isso pudesse acontecer.
Eu via as pessoas fazer filas para tirar fotos. Saber e sentir que somos de carne e osso como qualquer pessoa. Mas o carinho a nós dispensado é algo que levarei para o resto da minha vida.
Outro momento significativo é a quebra de protocolo da Presidente Dilma para nos receber. Ela abriu as portas do Palácio do Planalto e nos recebeu com tanta atenção e carinho que fiquei emocionada e valorizada. Sabíamos das suas atribuições, mas mesmo assim ela nos atendeu com toda a calma, sem pressa.
Quando ela veio à Caxias para a abertura e nos disse no camarim que estava ali cumprindo com a sua promessa. Depois no seu discurso, citar o teu nome é algo inexplicável e fora de tudo que imaginei”.

"Mudei minha forma de pensar as coisas, hoje sou menos egoísta e entendi que eu não estava sozinha..."

Daqui pra frente…

“Espero terminar bem este reinado e não ser lembrada somente no dia em que teremos que passar a faixa. Ainda temos uma agenda para cumprir dentro ainda da Festa da Uva. Temos uma viagem para o Peru e a viagem para a Itália. Devo ficar 15 dias aproximadamente. Cinco dias por conta do prêmio e o restante por minha conta mesmo.
Pretendo terminar a minha faculdade de Administração e desmistificar o curso que tantos acham que é fácil e sem interesse. Mas é algo que gosto, escolhi porque quero trabalhar, administrar um negócio futuramente. Minha monografia demonstra meu desejo.
Quero continuar trabalhando no ramo de estética, fazer sobrancelhas e maquiagem. Tomara que depois de me formar eu possa aliar a minha vontade e conhecimento à profissão que escolhi.
Estou cursando italiano para que eu possa entender e me familiarizar com as coisas de um país que tanto tem a ver com a nossa região serrana”. (Fotos Ponto Inicial)

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